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Novos equipamentos modernizam a assistência no CHC

São duas autoclaves com a capacidade 700 litros cada. A antiga máquina que foi substituída tinha a capacidade de apenas 250 litros e gastava mais água durante o ciclo de trabalho

O Complexo Hospitalar de Contagem (CHC) recebeu, em agosto, equipamentos modernos de uso constante na assistência à saúde de seus pacientes. Os aparelhos, que já começaram a ser instalados, visam melhorar a produção do trabalho das equipes e gerar economia de energia e água.

São duas autoclaves com a capacidade 700 litros cada. Uma das máquinas foi instalada no último mês na Central de Material e Esterilização do CHC. O equipamento é responsável por esterilizar e secar materiais de densidade como campos e roupas cirúrgicas, instrumentais e utensílios empacotados ou não, vidros, luvas, seringas, borrachas, líquidos em frascos herméticos ou não, utilizados no Hospital Municipal de Contagem (HMC) José Lucas Filho e Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus. A antiga máquina que foi substituída tinha a capacidade de apenas 250 litros e gastava mais água durante o ciclo de trabalho.

A nova autoclave utiliza vapor saturado de água sob pressão com remoção de ar através de pulsos de vácuo com uma potência de produção três vezes a mais que a anterior. Outro diferencial do dispositivo é que ele tem display touch screen e ampla variedade de configurações, auxiliando o funcionário nas demandas apresentadas diariamente.

Os demais equipamentos são quatro focos cirúrgicos de teto, que por serem de led melhoram iluminação do campo cirúrgico para o profissional atuar, proporcionando mais segurança no procedimento.  Com design moderno, leve e de fácil movimentação, sua tecnologia fornece iluminação adequada com baixo calor. Um foco já foi instalado este mês no Bloco Obstétrico do CMI, no início do mês.

Os novos equipamentos foram doados pela CEMIG, por meio de Programa, que tem como objetivo substituir equipamentos de alto consumo energético por outros mais novos e econômicos visando a eficiência energética dos estabelecimentos hospitalares. “Estes itens são muito bem-vindos, pois irão impactar na economia de energia e água, uma vez que são mais eficientes tecnologicamente que os antigos”, explicou o coordenador da Engenharia Clínica do CHC, Milton Aparecido de Carvalho.

A instalação está sendo feita gradativamente devido a necessidades de adequações estruturais nos setores que receberam a nova aparelhagem.

 

 

 

Foto: Adelcio R. Barbosa

Data: 25/10/2019

CMI sedia Fórum Perinatal da microrregião de Contagem

Com periodicidade bimensal, a reunião tem como objetivo estabelecer comunicação e parcerias para o fortalecimento da rede de saúde no âmbito da assistência perinatal

No último dia 15 foi realizado, no Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus, mais um Fórum Perinatal da microrregião de saúde de Contagem. O encontro aconteceu no auditório da CMI e reuniu gestores dos municípios de Contagem, Ibirité e Sarzedo e representantes da Gerência Regional de Saúde de Belo Horizonte (GRS/BH) e da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Com periodicidade bimensal, “a reunião tem como objetivo estabelecer a comunicação e parcerias para fortalecimento da rede de saúde no âmbito da assistência perinatal,” explica a enfermeira do CMI e representante interina do CMI na Rede Cegonha, Juliana Maria de Melo.

Nesta edição, foram discutidas algumas diretrizes para a execução do plano de ação para adequação da UNCINCO de Ibirité para ampliação do perfil assistencial de alta complexidade. Foi definido que os pediatras irão reavaliar os critérios da transferência dos recém-nascidos para formalizar o transporte entre os municípios de Ibirité e Contagem, para assistência neonatal. Essa atividade já é realizada entre as unidades e é muito importante para gestão dos leitos.

Outra pauta foi a definição da data, segunda semana de fevereiro, para a realização do seminário de boas práticas no parto e nascimento para profissionais que atuam na microrregião.

Estiveram presentes na reunião os coordenadores médicos do Pronto Atendimento Pediátrico, Flávia Cançado; médica da Pediatria, Luciana Carla Pimenta; médica do CTI Neonatal, Dr. Frederico de Melo Nascimento e a gerente do CMI, Cristiane Rosalina de Oliveira.

 

 

Foto:  Bruna Alves

Data: 24/10/2019

Outubro Rosa: Conscientização da saúde da mulher é referência no Centro Materno Infantil nos 12 meses do ano

Fachada do Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus recebeu iluminação especial em alusão ao “Outubro Rosa”

Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus é reconhecido pela excelência no cuidado da saúde da mulher

A Campanha Outubro Rosa tem como finalidade conscientizar mulheres e sociedade quanto à prevenção e ao controle do câncer de mama e do colo de útero. Neste período, a saúde da mulher ganha destaque mundial. No Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus, esse tema é referência o ano inteiro.

A unidade faz parte do Programa Rede Cegonha que visa melhorar a atenção à saúde materno-infantil por meio de várias ações na assistência ao parto, puerpério e neonatal. Além disso, no CMI, a assistência ao parto está alinhada com práticas de humanização e o estímulo ao aleitamento materno, que é importante para o desenvolvimento do bebê e para a saúde da mãe.

“O aleitamento materno reduz a morbimortalidade infantil e o risco de câncer de mama, de ovários e de endométrio. Pesquisas apontam que, a cada 12 meses de aleitamento, as chances para o aparecimento de um tumor mamário diminuem em 4,3%,” explica a presidente da Comissão Permanente de Aleitamento Materno e enfermeira do CTI Neonatal no CMI, Kátia Barbosa.

Faz parte desta estrutura ainda, a Casa da Gestante, Bebê e da Puérpera (Cagep), que atende gestantes e puérperas que necessitam de vigilância mais frequente, mas não é indicada à internação. As mulheres são acompanhadas por médicos, equipes de enfermagem, técnicos e assistência multiprofissional. Na necessidade de atendimento de urgência, elas são encaminhadas para o CMI, que está a menos de um quilômetro de distância, por meio de veículo que fica à disposição no local ou ambulâncias – Unidades de Suporte Básico (USB) e Suporte Avançado (USA).

É no CMI que são realizadas as cirurgias de laqueadura tubária das contagenses que estão dentro dos critérios do SUS e que já fizeram o planejamento familiar nas unidades básicas de saúde e receberam este encaminhamento.
No âmbito de exames de diagnóstico, o Complexo Hospitalar de Contagem realiza punções aspirativas de mama por agulha fina (PAAF), exame que permite identificar a existência de nódulos por meio de ultrassom. E, também, biópsias de tireoide ou paratireoide para diagnóstico de câncer.

Em setembro, o Centro Materno Infantil iniciou um serviço importante para o público feminino, o procedimento de histeroscopia. O exame é destinado às mulheres diagnosticadas com miomas, pólipos, entre outras doenças ginecológicas. As técnicas aplicadas são minimamente invasivas e sem cortes profundos. Elas são feitas por meio de um equipamento específico que foi adquirido pela unidade. Neste primeiro mês de atendimento, 26 mulheres já realizaram o procedimento.

Outubro Rosa

Em apoio à Campanha Outubro Rosa, o prédio do CMI estará com a iluminação com a cor do tema durante o mês. “Essa ação tem como objetivo transmitir nosso apoio à campanha e despertar o cuidado da saúde da mulher de forma integral,” comentou a gerente do Centro Materno Infantil, Cristiane Rosalina de Oliveira.

São sete refletores de led de 30 watts com películas duplas de silicone no tom rosa. O trabalho foi realizado pela equipe da Engenharia Clínica do Complexo Hospitalar de Contagem (CHC). Além da iluminação, a entrada principal e alguns setores foram decorados em adesão às ações de conscientização.

 

 

 

Foto: Newton de Castro Rezende

Data: 16/10/2019

 

Semana das Crianças foi de muitas atrações no CHC

A programação da Semana das Crianças no Complexo Hospitalar foi uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Humanização

Música, brincadeiras e presentes fizeram parte da programação especial da Semana das Crianças no Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus. As atividades, realizadas entre dias 07 e 12 de outubro, aconteceram nas enfermarias da Pediatria e Pronto Atendimento Infantil, setores especializados na assistência à saúde deste público.
 
Para abrir as atividades, foi realizado no dia 7, no espaço família da Pediatria, uma palestra com a médica Cláudia Lisboa, com o tema “Como fazer seu filho mais feliz e forte emocionalmente”. As orientações foram dadas aos pais e acompanhantes presentes. Fantoches e um lanche especial foram as atrações do dia 8.
 
Na quarta-feira (9 ), a equipe multiprofisssional e residentes do Complexo Hospitalar de Contagem (CHC) cantaram e distribuíram kits de colorir para os pequenos. Teve música para todas as idades e atendimento a pedidos. Sophia Quirino de Lima, 10 anos, quis ouvir o tema do filme Frozen, “Livre Estou”. Os menores ficaram feliz em solicitar e pular com o hit “Baby Shark”.
 
Quem puxou as canções foi Stephane P. Costa Lopes, residente de Psicologia e Henrique Elias de Figueiredo, residente de Fisioterapia, com o violão. Eles já realizam um projeto na Pediatria com canções e já tinham um repertório infantil bem ensaiado que foi feito em coro por toda a equipe participante da ação. Segundo os colaboradores, a música tem muitos benefícios: “traz calma, leveza, ao mesmo tempo agita e tira o foco da dor na criança, o que é muito bom”, acrescentaram.
 
Ester Rocha de Jesus, quatro anos, e a mãe Jéssica de Jesus, moradoras do bairro Capelinha, gostaram do momento de descontração. Elas também participaram das atividades do dia 10 que contou com a presença do violinista Igor Ribeiro que faz parte do projeto da To Life “O Som do Alívio” e integrantes da Capelania. O grupo homenageou as crianças com músicas e preces. Teve criança e adulto se emocionando com a apresentação.
 
Na sexta-feira (11), as crianças receberam a visita especial do Capitão América que junto com o Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) distribuiu presentes e doces que foram arrecadados ao longo do mês pelos colaboradores e amigos do Complexo Hospitalar de Contagem (CHC).
 
Mileny dos Santos Silva, 12 anos, residente do bairro Novo Riacho que se recupera de uma cirurgia de apendicite ficou encantada com apresentação. “Esta semana está ‘bombando’ aqui estou muito feliz pelas atividades e os presentes, acho que vim no momento certou,” brincou.
No sábado (12), a diversão ficou por conta dos palhaços do grupo Só Riso. As crianças também receberam mais presentes distribuídos pelas equipes do dia. A programação da Semana das Crianças na unidade foi uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Humanização. Para a coordenadora do GTH, Rejane Braga, a emoção e os sorrisos das crianças diante de um presente ou um gesto de carinho são a essência desta ação. “É um trabalho conjunto que nos faz bem, ver a reação tão sincera e feliz de cada criança que recebe nossa visita é algo especial,” completou.
 
 
 

 

Foto: Bruna Alves

Data: 15/10/2019

 

Servidores da rede de urgência de Contagem passam por capacitação sobre Acidente Vascular Cerebral

Treinamento beneficiou mais de 120 profissionais

Servidores da rede de urgência do Complexo Hospitalar de Contagem (CHC) passaram por uma capacitação de atualização em Acidente Vascular Cerebral (AVC). O objetivo é fortalecer o conhecimento e aperfeiçoar a assistência à saúde ofertada.  O treinamento contou com a exposição de especialistas que são referências no assunto.

O treinamento reuniu 120 participantes entre técnicos, enfermeiros, médicos e outros profissionais da equipe multiprofissional da assistência do Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus, do Hospital Municipal de Contagem (HMC) José Lucas Filho, das Unidades de Pronto Atendimento UPA’s e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC é segunda causa de morte no mundo e a principal causa de incapacidade no adulto. A cada quatro pessoas, uma pode ter a doença por vários fatores, por exemplo, tabagismo e pressão alta.

Apesar dos números alarmantes, o neurologista Octávio Marques Pontes Neto, que é o coordenador Nacional de Pesquisa em AVC e chefe do Serviço de Neurologia e Emergências Neurológicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP, esclarece que o tratamento trombolítico vinculado à agilidade da identificação do AVC isquêmico e o início da intervenção assistencial são métodos altamente eficientes na atualidade.

“O acidente vascular cerebral que é a maior causadora de sequelas neurológicas, com a administração do TPA nas primeiras três horas do início dos sintomas, aumenta-se em 30% o número de pacientes com capacidade mínima ou ausente de consequências decorrentes do AVC,” destacou Octávio Marques.

Além de abordar a respeito de conceitos importantes, o histórico e as fases que compreendem o atendimento do AVC, o neurologista especialista em Neurologia Cardiovascular e titulado em Neurossorologia pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Daniel Martins Vilela, destacou que este incidente causa um impacto social para o paciente e família, além das implicações referentes à saúde. Será a saída ou afastamento deste trabalhador do mercado de trabalho, as despesas com medicações e tratamentos de reabilitação, a necessidade de adaptações estruturais e mobiliários.

Tratando-se de um importante problema de saúde pública, os especialistas reforçaram que é fundamental a orientação junto à população, para que possa saber identificar os sintomas do AVC o quanto antes; a manutenção dos fluxos de atendimento e comunicação efetiva do SAMU e UPA’s com a unidade capacitada para o recebimento do paciente com suspeita da enfermidade; e o preparo da equipe e aplicação dos protocolos para assistência de forma ágil e precisa.

“Não é uma atuação apenas médica, o acompanhamento da equipe multidisciplinar e a monitorização constante são importantes nas etapas que compreendem a assistência do acidente vascular cerebral,” acrescentou Daniel Martins.

 

Foto: Bruna Alves

Data: 04/10/2019

 

 

 

Nome da Maternidade de Contagem é homenagem a mulheres, mãe e povos de origem africana da cidade

Você sabe quem foi Juventina Paula de Jesus, que dá nome ao Centro Materno Infantil? Confira relatos sobre ela colhidos com Mário Braz da Luz e Maria Inês Lima Dias, respectivamente, irmão e filha de Juventina

O Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus, que integra o Complexo Hospitalar de Contagem (CHC), juntamente com o Hospital Municipal José Lucas Filho (HMC), foi inaugurado em 2016, mas o funcionamento efetivo da estrutura atual – pronto-atendimentos obstétrico e pediátrico, centro de parto normal, bloco obstétrico, alojamento conjunto, enfermaria e CTI pediátrico – concretizou-se somente em 2017, na atual gestão.

Desde então, o CMI vem realizando milhares de atendimentos. Na assistência ao parto, por exemplo, os números não param de crescer. De acordo com a coordenação do CMI, ao longo do ano de 2017, foram feitos 3.838 partos na unidade, 629 partos a mais do que em 2016, quando 3.209 partos foram feitos. O acumulado de 2018 foi de 4731 partos. Já em 2019, no mês de agosto, o CMI alcançou a marca de três mil partos realizados, com práticas de assistência alinhadas àquelas preconizadas pelo Ministério da Saúde (MS) e às diretrizes da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC), que busca incentivar o aleitamento materno e reduzir índices de mortalidade infantil. Mas, você sabe quem foi Juventina Paula de Jesus, que dá nome ao CMI?

Pelo que se sabe a partir de relatos, Juventina Paula de Jesus nasceu entre as décadas de 1920 e 1930. Graças a seu trabalho como parteira, exercido durante anos, foi escolhida para dar nome ao CMI. Trata-se de uma homenagem a uma mulher, negra, que se estende também a mães e povos de origem africana que resistem no município, simbolizados pela Comunidade dos Arturos.

Os Arturos são um quilombola encravado na região central de Contagem, no qual atualmente vivem cerca de 90 famílias. A comunidade foi certificada como remanescente de quilombo em 2003 e, em 2014, foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial do município de Contagem e do estado de Minas Gerais. Os Arturos preservam tradições dos negros que foram trazidos da África para o Brasil, por meio de festas e celebrações, como a Festa de Libertação dos Escravos, em 13 de maio, e resistem à especulação imobiliária comum aos centros urbanos.

Falecida em 2005, Juventina Paula de Jesus integra o núcleo originário dos Arturos e é filha de Arthur Camilo Silvério, patriarca da comunidade, e de Carmelina Maria da Silva. Dos dez filhos que o casal teve, apenas um deles está vivo: Mário Braz da Luz, 86 anos, conhecido como Seu Mário. O octogenário senhor, famoso por suas benzeções, conta que aprendeu os segredos do ofício com Juventina, sua irmã, há mais de cinco décadas. “Juventina era parteira e também benzedeira. Foi ela quem me ensinou a benzer, há 51 anos. Eu ficava zombando dela e das benzeções, mas uma vez ela me falou “um dia, você vai [aprender a benzer]”. Quando foi em um dia, me deu uma dor de cabeça, um mau-olhado. Ela benzeu minha cabeça. No dia seguinte a dor de cabeça tinha sumido. Pensei “não vou dar gozeira nela mais não, porque o negócio funciona mesmo”. E aí ela falou ” eu vou ensinar você a benzer””, relata Seu Mário, em linguajar coloquial e firme no propósito de passar a mensagem.

Ele também conta que, a princípio, ficou reticente com a possibilidade de se tornar, também ele, um benzedor, mas que, certo dia, frente à necessidade colocada pelo curso da vida, precisou usar os conhecimentos aprendidos com a irmã Juventina para benzer uma pessoa, que, garante ele, “sarou com a benzeção”. “Isso faz 51 anos”, reforça Seu Mário, que até hoje costuma receber dezenas de pessoas semanalmente, na Comunidade dos Arturos, para seguir com sua missão de rezador, orientador e curador espiritual.

Sobre a extraordinária capacidade de Juventina de ajudar a trazer bebês à luz, Seu Mário comenta que essa habilidade se deve também à convicção da irmã de querer ajudar as pessoas. “Juventina era muito querida e criou muita amizade. Naqueles tempos, debaixo de chuva, não tinha condução, eu é que levava ela para os partos, nós dois montados no lombo de um cavalo. Os partos eram feitos nas casas das mulheres e eu ficava do lado de fora, esperando, porque não podia entrar, eram só ela e a mulher, e depois, a criança. Como eu não via nada, só ouvia uma gritaiada. Ela dizia “o avião tá chegando”, e era assim que os bebês eram anunciados. E eu, que era bobo, acreditava”, diz Seu Mário, com uma boa risada logo na sequência. “Muita gente aqui em Contagem nasceu com ela. Mesmo debaixo de chuva, no lombo de cavalo, a gente saía e corria para fazer menino nascer. Eu falava “vai devagar, Tina”, e ela respondia “não, estão precisando de mim”, testemunha o mais famoso benzedor de Contagem.

Juventina teve cinco filhos, sendo que quatro deles estão vivos. Um desses filhos é Maria Inês Lima Dias, de 63 anos. Ela tem três filhos, que nasceram dentro da casa da Juventina. “Aqui, quando era o tempo mais antigo, ela fez muito parto nos Arturos, de primos, sobrinhos e, também, de pessoas de fora da comunidade. Ela também cortava umbigo, ela que cuidava”. A exemplo de Seu Mário, apesar do parentesco com Juventina, Maria Inês nunca chegou a presenciar um parto feito pela mãe, o que envolve ainda mais em mistério esse momento espetacular, que o nascimento de um ser. “Eles não deixavam a gente ver, a gente sempre ficava do lado de fora. Era sempre ela e a mãe, só ficavam as duas lá dentro e a gente não via, não”, frisa a filha de Juventina.

Preconceito contra o povo negro ainda é uma chaga a ser enfrentada

Maria Auxiliadora da Luz, 82 anos, é esposa de Seu Mário. Ela conta que na Comunidade dos Arturos ela não vivencia situações que envolvem racismo, mas avalia que o povo negro ainda é alvo de muito preconceito. “Aqui na comunidade, não. Fazemos nossas festas, as pessoas vêm, já sabem que é festa de negro. A festa de 6 de outubro já está sendo preparada desde agora, e já tem gente envolvida na confecção das bandeirinhas, por exemplo, inclusive gente de fora. As coisas hoje são mais fáceis. Em relação à preservação da nossa cultura, eu não acho difícil permanecer com nossas tradições. Temos mais acesso e condições, parcerias e muitas doações. Muitas pessoas novas já chegaram e aprenderam a fazer. E a prefeitura ajuda muito. Temos médicos que vêm até aqui em casa nos olhar, as enfermeiras, então, nós vivemos tranquilos aqui. Mas, lá fora, ainda enfrentamos muita dificuldade. Faz pouco tempo, fui receber no banco, e fui bem discriminada. Cheguei às duas e meia, e muitas pessoas que foram chegando depois de mim foram sendo atendidas primeiro. Pensei: “será que é pelo fato de eu ser preta e pobre que estou aguardando até agora?”. Mas acabou que eu reclamei e conseguir ser atendida. Nessas coisas, ainda precisa melhorar muito”, afirma Maria Auxiliadora.

O que é uma comunidade quilombola?

Durante cem anos após o fim da escravidão no Brasil, o termo quilombo foi usado para nomear locais com grandes concentrações negros que se rebelaram contra o regime colonial. Com a Constituição Federal de 1988, o termo “quilombo” teve seu conceito ampliado, sendo atualmente utilizado para designar áreas ocupadas por comunidades remanescentes dos antigos quilombos.

 

 

 

Repórter:  Carolina Brauer 

Foto: Ricardo Lima

Data: 20/09/2019

 

Centro Materno Infantil e UPA JK passam por visita de diagnóstico para acreditação

Ação está ligada à qualidade do atendimento prestado aos pacientes

O Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) JK receberam a visita das auditoras do Instituto Brasileiro Excelência em Saúde (IBES) para início das etapas da acreditação ONA, nível 1.

“Essa é uma importante certificação de qualidade para as instituições de saúde em nível nacional e que garante melhorias na assistência ao paciente por meio do aperfeiçoamento dos processos de trabalho,” destacou o coordenador regional de Qualidade das unidades, Rômulo Moisés de Carvalho, responsável pelo acompanhamento das auditoras.

Durante a visita foram avaliados os serviços ofertados em cada setor das unidades. A equipe de auditoras, composta por Michele Sinfães, Maiza Gonçalves, Aline Souza, Ivete Assef e Tatyane Martins, ressaltou como ponto forte no CMI a autonomia do quadro de enfermeiras obstetras que desenvolvem a assistência amparada nas diretrizes de humanização e da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). Na UPA JK, a qualificação da equipe assistencial na aplicação da Classificação Risco (Protocolo de Manchester) foi o que chamou atenção das avaliadoras. Um relatório detalhado será entregue nos próximos dias.

Desde junho, a coordenação de Qualidade do Complexo Hospitalar de Contagem e Unidades de Pronto Atendimento vem desenvolvendo capacitações e implementando ferramentas de qualidade para aperfeiçoamento dos processos de trabalho. Segundo a coordenadora de Qualidade, Marina Marques Mamede, esta primeira etapa é importante para a observação de pontos que merecem destaque e para nortear as estratégias que alcancem os resultados esperados. “É uma ação integrada entre os colaboradores e a alta gestão para o sucesso da assistência do paciente, por meio da segurança ao paciente e qualidade do atendimento”.

No próximo mês, a avaliação de diagnóstico para acreditação será realizada nas demais unidades de urgência e emergência do município, buscando a continuidade da padronização e a mesma qualidade assistencial.

 

 

 

 

Foto: Bruna Alves

Data: 18/09/2019

 

 

Gestores iniciam ações em alerta com o sarampo

Encontro teve o objetivo de criar estratégias para evitar a proliferação do vírus

Em alerta com o surto do sarampo em Minas Gerais, representantes da Secretaria de Saúde de Contagem e gestores das unidades de urgência se reuniram para alinhar diretrizes para os atendimentos nos casos de suspeita da doença. O encontro foi realizado no auditório do Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus, no bairro Cinco.

No encontro ficou definido que as equipes nos Prontos Atendimentos Pediátrico, Obstétrico, Adulto e das UPAs serão treinadas para a identificação rápida, ainda na porta, dos estabelecimentos. Serão priorizados o acolhimento e atendimento médico dos pacientes com suspeita do sarampo e será feito, na própria unidade, o bloqueio dos contatos necessários, por meio da vacinação, se confirmado como caso suspeito de infecção viral.

O responsável técnico médico do CMI, Wilton Braga, explicou ainda que outras estratégias serão definidas e implementadas de acordo com as especificidades de cada unidade para fortalecer o protocolo de atendimento indicado. O encontro contou com apresentação das medidas de controle e vigilância previstas pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica. A epidemiologista Rita Sibele de Souza expôs a respeito da situação do sarampo no mundo, sinais e sintomas da doença e o fluxo de atendimento de casos de suspeita que hoje é utilizado.

Segundo Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Minas Gerais, em 2019, foram notificados 310 casos suspeitos de sarampo provenientes de 110 municípios no estado de Minas Gerais. Destes, 159 foram descartados, 138 estão sob investigação e 13 casos foram confirmados até o momento. Entre os confirmados, dois são pessoas residentes de Belo Horizonte, um de Betim e um de Contagem, os demais (09) casos são residentes em Uberlândia.

Durante a aula, o grupo debateu a respeito de medidas tomadas, recentemente, em alguns municípios próximos, como o fechamento temporário de unidades de saúde que impactaram no atendimento das unidades de urgência.

A diretora de Epidemiologia, Vercelli Andrade, destacou que o isolamento como ação para diminuir a transmissão do vírus é muito importante quando há suspeita para o diagnóstico de sarampo. “Estamos lidando com uma doença altamente transmissível que requer que cuidados sejam tomados para que ela não se propague, no entanto, é preciso uma abordagem adequada para que o cidadão entenda a situação que está inserido”, destacou.

Também estiveram presentes na reunião a referência técnica médica da superintendência de Urgência e Emergência (SURG), Ana Paula Goyatá, o assessor da SURG, Vinícius Oliveira Pimenta, e diretora de Imunização, Fernanda Almeida.

 

 

 

Repórter:  Bruna Alves

Data: 13/09/2019

 

Complexo Hospitalar faz campanha para captação de doadores de sangue

As pessoas interessadas em serem doadoras de sangue podem agendar pelo site do Hemominas ou procurar o hemocentro mais próximo

Buscando aumentar o estoque de sangue da Fundação Hemominas, o Complexo Hospitalar de Contagem (CHC), na Regional Eldorado, montou no final de agosto, um posto de orientação para abordar quem passa pelo corredor da unidade e captar possíveis doadores de sangue.

A ação é desenvolvida pela equipe da Agência Transfusional, setor responsável por gerir todas as atividades relativas às transfusões de hemocomponentes do Hospital Municipal de Contagem (HMC), Centro Materno Infantil (CMI) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do município, o qual sente o impacto na redução do estoque de sangue da Fundação.

“Essa baixa gera consequências aqui na nossa assistência aos pacientes. As doações realizadas nos postos da rede, tanto em Betim como em Belo Horizonte, são essenciais para o atendimento de pessoas que necessitam de transfusões durante as intervenções médicas de urgência e cirurgias eletivas realizadas no CHC e UPA’s de Contagem,” ressalta a coordenadora da Agência Transfusional, Andrommeda Luciana Couto Moreira. Por mês são realizas cerca de 600 transfusões.

 Quem passa pelo local recebe um boton adesivo do seu tipo sanguíneo (A, B, AB e O, Rh positivo ou negativo) e uma cartilha sobre o que é preciso para ser um doador e os locais para fazer a doação. Os colaboradores participantes na intervenção ressaltam durante a abordagem que a doação de sangue é uma ação solidária e voluntária que todos, em condição de saúde saudável, podem fazer regularmente colaborando para que muitas vidas sejam salvas.

As pessoas interessadas em serem doadoras de sangue podem agendar pelo site do Hemominas (CLIQUE AQUI) ou procurar o hemocentro mais próximo.

 

 

 

Repórter:  Bruna Alves

Data: 10/09/2019

 

 

Teste da orelhinha: um exame importante para os primeiros dias de vida

No mês passado, mais de quinhentos bebês receberam o atendimento no Centro Materno e Infantil (CMI)

A Triagem Auditiva Neonatal (TAN), popularmente conhecida com Teste da Orelhinha, é um importante exame que deve ser feito, preferencialmente, nos primeiros 30 dias de vida do bebê, para a detecção de perda auditiva precoce. Em Contagem, o Centro Materno Infantil (CMI) Juventina Paula de Jesus é a unidade de referência na rede pública de saúde para que o exame seja realizado.

Os bebês que nascem no Centro Obstétrico do CMI realizam a TAN antes da alta médica, sob a supervisão da equipe de triagem neonatal e acompanhadas dos pais na própria maternidade.  Outras crianças também chegam ao ambulatório da unidade para efetivar o teste por meio do agendamento referenciado da Unidade Básica de Saúde.

A fonoaudióloga do ambulatório do CMI, Nádja Campos Araújo, ressalta que a triagem auditiva é um procedimento rápido, indolor e confiável. Para fazer o exame, o fonoaudiólogo utiliza um equipamento específico para aferir a percepção auditiva da criança e, em seguida, ele faz uma avaliação com o bebê também. “É por meio do teste e da avaliação que será possível identificar anormalidades na audição e o profissional poderá fazer o acompanhamento, preventivo ou de recuperação,” completou Nádja Campos.

Nos casos em que o recém-nascido apresenta resultados com alteração, uma nova consulta é agendada e caso seja confirmada perda auditiva, novos exames e acompanhamento especializado serão sugeridos. Em agosto de 2019, a equipe de triagem auditiva do Centro Materno Infantil realizou 534 atendimentos, entre testes da orelhinha, teste de confirmação e acompanhamentos.

Mãe pela primeira vez, Isabela Pereira, ficou feliz em fazer o exame do pequeno Asafe com dois dias de vida na própria maternidade. Ela desconhecia a importância do teste e disse que foi mais uma descoberta que a maternidade lhe trouxe.

A fonoaudióloga do CMI, Carolina Pereira Galvão Fonseca, esclarece que o recém-nascido pode apresentar a surdez por fatores de risco (idade/intercorrência gestacional, peso ao nascimento, tipo de parto) ou genéticos que serão investigados pelo profissional. Ela reforça que a TAN feita nos primeiros dias ajuda na prevenção que os problemas de audição ocasionam como atraso de fala, isolamento social, sensibilidade ao som ou zumbido nos ouvidos.

 

 

 

Repórter:  Bruna Alves

Data: 10/09/2019