Conheça o trabalho dos agentes de saúde, que contribuem para a prevenção e a promoção da saúde

Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE) verificam cartões de vacinação, fazem inspeções em imóveis e prestam orientações diversas à população

 

 

Você conhece o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS)? O ACSs compõem as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e têm entre suas atribuições realizar cadastros e visitas familiares, identificar as famílias de risco e, também, orientar quanto ao uso dos serviços de saúde, encaminhando e agendando consultas/exames. Eles também participam das reflexões do trabalho das equipes de ESF, compostas por um médico generalista, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e um ou mais ACSs. Essas equipes, por sua vez, contam com o apoio das equipes de Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf).

A rotina de um ACS começa cedo: logo na abertura da Unidade Básica de Saúde (UBS), o profissional contribui no acolhimento das demandas que vão aparecendo e recebe o roteiro de trabalhos do dia. E aí, então, nos turnos da manhã e da tarde, é só “pernas pra que te quero”: andanças pelos territórios para atuar na prevenção e promoção da saúde, verificando, por exemplo, se cadernetas de vacinação estão atualizadas, mapeando se existem pessoas que fazem uso de medicação controlada e mostrando às pessoas como funcionam fluxos e onde funcionam serviços de Saúde. Os ACSs também participam com as equipes de saúde e a comunidade da elaboração, programação, avaliação e reprogramação do plano de ação local de saúde.

 E para que tenham condições de trabalho, já que, faça chuva ou faça sol, eles estão sempre cumprindo suas funções, recebem da Prefeitura de Contagem kit de uniforme contendo calça, blusa, boné, tênis reforçado, capa de chuva e protetor solar. Eles também possuem crachás de identificação, o que contribui para a sua própria segurança e a da população.

Já o foco das visitas domiciliares dos Agentes de Combates às Endemias (ACE), ligados à Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde (SMS), é outro: quando o trabalho é focal, eles verificam o interior e o exterior (quintais, por exemplo) dos domicílios, procurando por locais que possam receber larvicida, um tipo de veneno contra a postura de ovos de mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor de doenças como a Dengue, a Zika e a Chikungunya. Um desses locais inusitados fica atrás das geladeiras, que possuem um recipiente que costuma acumular água. Já com o Levantamento rápido de índices para Aedes aegypti (LIRAa), somente a parte externa do domicílio é verificada, para a coleta de larvas em possíveis locais de postura de ovos do mosquito, como pratinhos de plantas, caixas d’água, pneus e outros locais que possam acumular água. Esse trabalho é complementando pelo monitoramento semanal de pontos estratégicos do município onde estão instaladas armadilhas chamadas “Ovitrampas”, que cobrem 100% do território da cidade. O objetivo é atrair as fêmeas do mosquito, para que coloquem seus ovos ali. Pela quantidade de ovos, ou pela ausência deles, a SMS pode traçar ações estratégicas.

Atualização de cartão de vacinas e orientações sobre como usar a rede SUS / Contagem

Na UBS Vila Itália, no distrito sanitário Sede, não é diferente. Nesta quinta-feira (21), três ACSs fizeram algumas visitas domiciliares, como de costume. As ACSs Andréia Aparecida de Souza, Dayane Drumond Ferreira e Janaína Aparecida da Silva, juntamente com a Agente de Combate às Endemias (ACE) Andreia Alves de Medeiros foram até a casa do casal Daniela Aparecida Gonçalves Santana e Elder Luciano Santana, que moram no bairro Fonte Grande. Eles têm três filhos, de 4, 8 e 11 anos e estão abrigando duas sobrinhas de Teófilo Otoni (MG), que vieram passar as férias com os primos.

A Família de Daniela, conta ela, possui plano privado de saúde e não costuma frequentar a UBS Vila Itália para as questões de saúde da família. Mesmo assim, ela acha muito importante a visita dos agentes de saúde. “Orientação é tudo. A saúde começa com a prevenção, com a orientação, para não agravar nenhum tipo de situação de doença”, faz questão de dizer Daniela, que é professora de português. “Fomos ao posto uma vez, eu acho. Mas as vacinas, nós tomamos lá”, complementa o pai, Elder.

Enquanto as ACS conferiam as cadernetas de vacinação da criançada, a ACE Andreia aproveitava para fazer o trabalho focal. A mãe das crianças, Daniela, ficou na dúvida se Elder Júnior, de quatro anos, deveria tomar uma segunda dose da vacina contra a Febre Amarela. As agentes explicaram que, de acordo com as atuais determinações do Ministério da Saúde (MS), quem já se vacinou uma vez não precisa mais tomar outras doses e já está definitivamente protegido contra a doença. Na ocasião, as agentes também frisaram que sempre que uma vacina for aplicada, o técnico ou o agente de saúde deve anotar o número do lote no cartão de vacinação, para a segurança de todos. De todas as cadernetas verificadas, apenas três deverão ser atualizadas em uma ou duas vacinas. Mas isso não será um problema para esta família, pelo menos no que diz respeito à Febre Amarela: “Todo mundo aqui já está vacinado contra a doença”, afirma Elder.

A enfermeira de Saúde da Família da UBS Vila Itália, Rosângela de Fátima Ferreira da Silva, explica, que embora a demanda da unidade seja alta, cerca de cinco mil pessoas referenciadas e uma equipe de ESF, por causa da organização dos fluxos, os agendamentos são feitos, em geral, somente em casos como os de renovação de medicação controlada, pré-natal e puericultura e, também, para os encaminhamentos ao Nasf. Ou seja, no geral, na UBS Vila Itália, as pessoas conseguem resolver suas demandas no mesmo dia. “Nossa taxa de absenteísmo (o não-comparecimento a consultas) é baixa. A gente tenta resolver as demandas no momento em que elas chegam ao acolhimento e/ou no mesmo dia, sem necessidade de marcação. Isso indica que o trabalho de prevenção e promoção à saúde vem funcionando”, explica a enfermeira.

A responsável técnica de Atenção à Saúde do distrito sanitário Sede, Josiane Martins Gonçalves Gomes, reforça que a atuação dos ACSs é de extrema importância na implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) e na ESF.  “A atuação desses profissionais no território consolida as relações entre as equipes de saúde e a população. Através das visitas domiciliares rotineiras, seu principal instrumento de trabalho, o ACS mantém um contato permanente com as famílias, desenvolve ações de cuidado, promoção, prevenção e vigilância em saúde, baseadas em prioridades definidas conforme critérios de necessidades, vulnerabilidade e risco. Ele realiza e atualiza cadastros, orienta quanto à utilização dos serviços de saúde e mantém a equipe informada sobre a situação das famílias. Dessa forma, ele multiplica as possibilidades de vínculo e de melhoria da qualidade de vida das pessoas”, finaliza Josiane, que também é enfermeira da Família.

População: receba bem os agentes de saúde!

Repórter: Carolina Brauer

Foto: Adelcio Ramos Barbosa

Data: 26/12/18